domingo, 27 de novembro de 2011

RACISMO NO BRASIL: A história de uma foto


Acompanhando a página da web " Conversa Afiada", do jornalista Paulo Henrique Amorim, me deparei com uma reportagem muito interessante relacionada ao grande racismo existente no Brasil. A reportagem nos trás o relato e as imagens captadas por um jornalista, Luiz Morier, que flagrou cenas desumanas de racimo em plena década de 1980.



Trechos do depoimento de Luiz Morier, gravado em 11/05/2007, a respeito de sua foto intitulada por ele "Todos Negros". 

Quando eu fiz esta foto, eu estava passando pela Grajaú-Jacarepaguá, e, passando pela estrada, percebi que havia uma blitz. Parei e fotografei a blitz. E me deparei com esta cena, os negros todos amarrados pelo pescoço. E até dei o título da foto de “Todos Negros”. E logo em seguida eu fui embora, e mais abaixo tinha uma manifestação dos moradores, eu continuei fazendo a seqüência e tal, e fui embora.

E essa me trouxe meu primeiro prêmio Esso na minha carreira. A sensação que eu tive foi de humilhação. Senti uma cena humilhante. As pessoas humilhadas, pessoas com carteira de trabalho na mão, dava para perceber que não eram bandidos, porque bandidos não usam um tipo de veste assim. É claro que eles se vestem bem melhor que isso. Eram pessoas simples, humildes, todos negros. Senti que era um ato de humilhação. Estavam sendo humilhados ali, carregados pelo pescoço como escravos. 



Do material que você fez nesse dia, você tinha certeza de que esta foto tinha destaque em relação às outras?
Não, não tinha certeza, não. Porque a gente... Eu, pelo menos, sempre... Você faz uma foto na hora, aí você só vai ter uma idéia depois que ela foi revelada. Quando eu estava revelando, sim. Aí, que eu vi a foto revelada, eu falei: “pô, essa vai dar o que falar!...” Que isso não é coisa que possa acontecer com o ser humano nos dias de hoje. Ou na época, na década de 80. Mas, até hoje a gente vê humilhação por aí...

Percebi que houve uma reação grande de todos que viram a foto. Até hoje, até hoje...

Quem ainda não viu e vê a foto... Já foi usada por várias faculdades, já foi tema... Inclusive foi, até, em 1988, quando a escravidão... Fez cem anos da Lei Áurea, ela foi bem revista e colocada para todos verem que cem anos depois ainda havia esse tipo de cena. (...)
Eu percebi que tinha uma blitz, mas eu parei porque tinha um camburão parado na pista. Eu fui lá dentro do mato fazer esta foto aqui. Então, eles estavam praticamente escondidos. Quer dizer, eu cacei!... Não estavam expostos assim, na rua. Você pode ver que tem mato lá no fundo, estavam lá no meio do mato, um caminhozinho no meio do mato. Então, quer dizer, era mais escondido, de uma forma... Eles faziam as mutretas, faziam tudo que tinham que fazer, mas, mais escondidos, para que a imprensa não visse mesmo. Agora, eles não estão nem aí... Agora, é tiro pra cá, é tiro pra lá, caiu ali, se tiver fotografa, se não tiver...

- Nessa foto aí, os PMs tiveram alguma reação de não deixarem você fotografar?

Ah, a reação foi imediata!... O tenente falou: “recolhe, recolhe, recolhe!”. Quando ele percebeu que eu estava fotografando, ele mandou recolher. Só que quando ele mandou recolher, ele não percebeu que eu... O guarda não percebeu que eu estava fazendo uma foto dele. Eu estava com um grande angular, ele achou que eu estivesse fazendo só os presos. E, no entanto, ele estava enquadrado na foto. (...)
Tem a importância que tem hoje porque mostra uma autoridade, ali, que devia usar algemas, no mínimo, e usou uma corda, e amarrada no pescoço. Não foi nem nas mãos, foi no pescoço. Quer dizer, um ato escravo mesmo! (...)
Sim, agora é. Para mim, ela é uma foto histórica. E vai estar sempre no primeiro lugar, pra mim, porque é uma foto que marcou muito esse meu tempo de trabalho.



E VOCÊ? JÁ VIVENCIOU ALGUM TIPO DE 

CONSTRANGIMENTO E/OU HUMILHAÇÃO POR CONTA

 DE SUA COR? 



quinta-feira, 24 de novembro de 2011


ESTATUTO DA IGUALDADE RACIAL. 

                           VOCÊ CONHECE?
se não conhece vale a pena conferir!!!!!
O Estatuto da Igualdade Racial define nova ordem de direitos para cidadãos negros, sendo um grande passo para a promoção de igualdade racial em todo território brasileiro.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

MOVIMENTO NEGRO: Luta, reinvindicação, conquista...



O associativismo, que uniu negros(as) em prol de um bem comum, gerou um ideia de consciência negra, que atuou na promoção da cultura afro, que por sua vez ocasionou nos(as) negro(as) uma identidade negra, a partir da década de 1970, que visava a luta contra a opressão racial, que discriminava negros(as) no mercado de trabalho, dentre outros locais. Chegando por "fim" nos movimentos sociais que passaram a reivindicar não apenas um local, mas uma igualdade de direitos perante à sociedade civil.
O conceito de movimentos sociais, como fora abordado no primeiro módulo deste curso, apresenta-se mediante fases ou "ondas". Enquanto que, no módulo 3, a situação do movimento negro e o de mulheres negras, não fora diferente, pois no início do século XX, tais movimentos tinham como base, a atuação no sentido de propiciar um espaço comum à negros(as), para num segundo momento (pós-Estado Novo) se chegar numa valorização da cultura afrobrasileira, que culminará na luta pela igualdade de direitos civis e sociais, como também no espaço escolar, no mercado de trabalho, na vida pública e política e etc. Não quer dizer que o movimento não tenha encontrado limitações, mais avançou e tem avançado no sentido de promover uma sociedade, igualitária à todos(as).

terça-feira, 22 de novembro de 2011

CONSCIÊNCIA NEGRA: inserção do negro(a) na sociedade brasileira

O Dia Nacional da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, é dedicado à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira. Ainda que o ponto alto da celebração aconteça na data da morte de Zumbi dos Palmares. O ano de 2011 é considerado o ano Internacional dos Afrodescendentes, instituído por resolução da Organização das Nações Unidas (ONU), o Dia Nacional da Consciência Negra envolveu diversos países nos debates sobre o tema. No Brasil, o ponto alto dessa celebração foi o Afro XXI – Encontro Ibero-americano do Ano Internacional dos Afrodescendentes, que aconteceu em Salvador, de 16 a 19 de novembro. O evento reuniu representantes de países sul-americanos, caribenhos, africanos e ibero-americanos, que participaram de debates sobre a situação atual da população negra nesses países.

O documento final do evento, intitulado Declaração de Salvador, foi assinado por cinco chefes de Estado e pelos delegados de outros 11 países presentes na reunião. O documento prevê a criação de um fundo internacional para ações de reparação aos afrodescendentes e de combate ao racismo, além de instituir Salvador como a Capital Afrodescendente da Ibero-América.








Durante o evento, foi lançado o Guia de Orientação das Nações Unidas no Brasil para Denúncias de Discriminação Étnico-Racial, criado em parceria entre agências da ONU no Brasil e a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir). Para Ler e ter acesso ao guia na íntegra acesse o site:  http://www.unifem.org.br/sites/700/710/00002100.pdf

A publicação faz parte do trabalho do UNICEF de promoção de equidade racial. Desde novembro do ano passado, o UNICEF no Brasil vem mobilizando governos e sociedade para promover e proteger o direito à igualdade étnico-racial desde a infância por meio da campanha "Por uma infância sem racismo". 





Saiba como participar da campanha
" Por uma infância sem racismo" em http://www.infanciasemracismo.org.br/participe/

terça-feira, 15 de novembro de 2011

UM HISTÓRICO DAS LUTAS E CONQUISTAS DOS NEGROS


A ciência dos séculos 18 e 19 considerava que os brancos possuíam maior capacidade intelectual. Depois vinham os índios e, por último, os negros. Alguns estudos afirmavam que os negros se situavam abaixo dos macacos. "Qualquer que seja o grau dos talentos dos negros, ele não é a medida dos seus direitos", Thomas Jefferson (1743-1826), político americano.

1948 - Uma das mais significativas experiências de mobilização negra foi o jornal Quilombo, editado no Rio de Janeiro. A edição nº 0, ano 1, trazia a seguinte afirmação: "Nos dias de hoje a pressão contra a educação do negro afroxou (sic) consideravelmente, mas convenhamos que ainda se acha muito longe do ideal".

1949 - 1º Congresso do Negro Brasileiro. Temas abordados: sobrevivências religiosas e folclóricas; formas de luta (capoeira de Angola, batuque, pernada); línguas (nagô, gegê, língua de Angola e do Congo, as línguas faladas nos anos de escravidão).

Década de 1950 - Iniciam-se os primeiros estudos sobre preconceitos e estereótipos raciais em livros didáticos no Brasil.

Décadas de 1960 e 1970 - Os militares oficializaram a ideologia da democracia racial e a militância que ousou desafiar esse mito foi acusada de imitadora dos ativistas americanos, que lutavam pelos direitos civis. O mito da democracia racial persiste até hoje.

Década de 1980 - Retomada dos estudos sobre preconceitos e estereótipos raciais em livros didáticos. Os resultados das pesquisas apresentam a depreciação de personagens negros, associada a uma valorização dos brancos.

1984 - Em São Paulo, a Comissão de Educação do Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra e o Grupo de Trabalho para Assuntos Afro-Brasileiros promoveu discussões com professores de várias áreas sobre a necessidade de rever o currículo e introduzir conteúdos não discriminatórios.

1985 - A comemoração de 13 de maio foi questionada pela Comissão por meio de cartazes enviados às escolas do estado de São Paulo. O material também exaltava 20 de novembro como data a comemorar a consciência negra.

1986 - A Bahia inseriu a disciplina Introdução aos Estudos Africanos nos cursos de Ensino Fundamental e Médio de algumas escolas estaduais atendendo a antiga reivindicação do movimento negro.

1996 - Entre os critérios de avaliação dos livros didáticos comprados e distribuídos pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) foram incluídos aqueles específicos sobre questões raciais.

1998 - Inclusão da Pluralidade Cultural entre os temas transversais nos Parâmetros Curriculares Nacionais.

2003 - A publicação da Lei no10.639 tornou obrigatório o ensino da História da África e dos Afro-brasileiros no Ensino Fundamental e Médio.

2010 - criação do Estatuto de Igualdade racial


Fonte: estudos e pesquisas de Benilda Regina Paiva de Brito e Fúlvia Rosemberg

sábado, 5 de novembro de 2011

IMIGRAÇÃO E EMBRANQUECIMENTO RACIAL EM DETRIMENTO DOS DIREITOS DOS NEGROS

Com o fim da escravidão e início da república em 1989, o governo brasileiro incentivou a imigração européia com o objetivo de purificar o povo brasileiro, pois os negros e mestiços eram considerados degenerados moralmente e incapazes, seres inferiores. Portanto, baseado nas teorias do racialismo, fortemente presente até os anos 30, o Brasil deveria se tornar um País sem negros no máximo em 70 anos, segundo alguns autores.
Assim, percebemos que o objetivo não era restaurar a dignidade dos negros garantindo o acesso aos direitos sociais, civis e políticos. A intenção era a de purificar e extirpá-los do país, embasados, dentre outras teorias, pelas de Gobineau (1853) em sua obra intitulada "Essai sur l'inégalité des races humaines" (Ensaio Sobre a Desigualdade das Raças Humanas) e pela ideologia nazista da raça ariana com a purificação das raças, embasada pelo evolucionismo de Charles Darwin. No entanto, não lograram êxito em findar com os afro-brasileiros. Podemos observar a discriminação quanto à imigração com um decreto do presidente Getúlio Vargas, de 18 de setembro de 1943, que afirma: "Atender-se-á na admissão dos imigrantes a necessidade de preservar e desenvolver, na composição étnica da população, as características mais convenientes de sua ascendência européia."

Então, a classe dominante após seqüestrar, torturar, escravizar massacrar, alienar os afro-descendentes, após a ilusória proclamação da liberdade, havia chegado a hora de fazê-los desaparecer dos traços nas faces dos brasileiros. Senão fosse a aguerrida luta do movimento dos negros no Brasil, nada haveriam de alcançar em benefícios e direitos.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

O Processo de estratificação social e racial no Brasil

O Percurso das relações raciais no Brasil provém de uma complexidade muito além do que podemos imaginar, mas que ao mesmo tempo se apresenta com bastante clareza uma história a todos os indivíduos que ainda possam ter algum tipo de discriminação ou dúvida em relação a esse assunto. O preconceito vem dos primórdios, é toda uma história contextualizada de povos que discriminam e que são discriminados pela sua raça, pois na maioria das vezes os que sofrem o preconceito são pobres e não tem uma situação de vida equilibrada, na qual os superiores excluem de forma desumana todo aquele que seja inferior ao seu modo de ser. Podemos observar que se passaram vários anos e a maioria das pessoas ainda não sabem respeitar as diferenças existentes nos dias atuais, tornando cada vez mais o nosso país desigual.

Através dos assuntos apresentados foram vistos conceitos importantes, dentre eles: o Racismo é o tema principal, pois é dele que surgem todos os demais questionamentos. Ele faz referência a várias ações e idéias que tem como objetivo a dominação de um certo grupo da Sociedade, dividindo a população em grupos que são superiores “minoria”, e inferiores “maioria”.

A Lei Áurea foi importantíssima para o povo escravo nos anos de 1888, onde ocorreu a Abolição da Escravatura, ou seja, é extinta formalmente a escravidão pela Princesa Isabel quando assinou essa lei, criando um documento que eliminasse todos os tipos de castigos que os negros sofriam por causa de sua raça e modo de viver.

O termo mestiço é utilizado para indicar uma população ou grupo social que apresenta homogeneidade cultural e lingüística, compartilhando sua história e origem, ou seja, descendentes de duas ou mais etnias ou raças.

Democracia racial refere-se o nosso país mostrando a todos os demais países que em nosso meio vivíamos sem conflitos, preconceitos e discriminações em relação à raça do povo que se fazia presente. Esse conceito mostra uma imagem de harmonia, um país sem qualquer tipo de desigualdade racial, e sim justo e sem a presença do racismo; no entando sabemos que essa não é a democracia  que vivenciamos.

Oligarquias é um pequeno grupo de indivíduos exercendo um poder a favor de si próprio ou de sua família.

Os Grupos focais nada mais é que pessoas colocando suas opiniões e experiências em relação ao mundo que vive deixando bem claro o seu ponto vista. É bastante importante esse grupo, pois dá coragem a todos a aqueles indivíduos a exporem com sinceridade e clareza o que pensam sobre um determinado assunto.

Ethos é a cultura de um povo. Refere-se à identidade de cada um, mostrando a diferença que existe entre as pessoas. A identidade de um ser humano, enfim, de uma população, nunca para de ser construída, ou seja, sempre descobre algo novo de si e do outro.


 
"A felicidade não está na igualdade dos pensamentos, e sim na superação das diferenças."Murilo Antunes Barroqueiro