sábado, 10 de dezembro de 2011

PLANO DE AÇÃO

Plano de ação

Curso de Especialização em Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça-GPPGR

MÓDULO 03
UNIDADE 05

TITULO:
Processo de conscientização e politização dos/as negros/as do município de Bom Jesus do Norte: resgate cultural versus alienação frente o sistema educacional

Identificação:

NOME: GRUPO 04
ÓRGÃO EM QUE TRABALHA:
CARGO:
FUNÇÃO:
MUNICIPIO: BOM JESUS DO NORTE-ES
NOME DO POLO: BOM JESUS DO NORTE
NOME DA PROFESSORA ON-LINE: LIVIA DE AZEVEDO S. RANGEL
DATA DE FINALIZAÇÃO DO MÓDULO 03: 11/12/2011


OBJETIVO GERAL DA AÇÃO:

Conscientizar os/as negros/as sobre a sua identidade cultural e a realidade no qual encontram-se inseridos e promover ações que proporcionem subsídios para a promoção de sua autonomia no decorrer do processo de participação política.

JUSTIFICATIVA:

Desde o fim da escravidão o negro vem sofrendo injustiças e discriminações por parte da sociedade e do Estado. Pode-se observar, outrora, a intenção do governar de promover o branqueamento racial ao incentivar a imigração de europeus, inclusive investindo na educação e saúde em detrimento dos direitos dos afro-descendentes que naquele momento encontravam-se amontoados às margens da sociedade.
A Desigualdade social, econômica e política no Brasil têm sexo, raça/cor e etnia. Esta afirmativa se justifica quando observamos a existência de grupos étnicos com baixos níveis de escolaridade, perspectiva de vida, emprego, envoltos por uma realidade de violência e exclusão social. Verifica-se a discriminação por parte do governo brasileiro ao analisar os livros de didáticos, no qual contam a historia do negro de forma tendenciosa, pois começam a partir da escravidão, trazendo relatos de exploração e violência, entretanto, deveriam resgatar as raízes da cultura negra na África, valorizando-o, ademais, a resistência negra contra o regime escravocrata. Conseqüentemente, as crianças brancas ficam com uma imagem estereotipada e as negras sentem-se envergonhadas do passado contado nos livros. Dentre outros fatores, este contribuiu fortemente para a valorização de uma atitude discricionária da sociedade acerca da questão raça/ etnia.
Destarte, buscamos destacar o racismo como um fenômeno cruel e insidioso, presente em diferentes setores, corroborando os efeitos macabros no sistema de ensino no País. Essa influência negativa atinge os grupos sociais e os indivíduos, interferindo no processo de socialização e da construção da cidadania no decorrer de suas vidas. O racismo necessita ser descortinado com bravura e determinação política, possibilitando a atuação de profissionais comprometidos para com a moral/ ética e politicamente, a fim de reduzir a desigualdade racial e construir uma sociedade justa que reconhece, compreende, e aceita o “diferente”.


DESCRIÇÃO DA AÇÃO:

Aprofundar-se nas causas e consequências das dispersões dos/as africanos/as pelo mundo e abordar a História da África antes da escravidão.
Reconhecer a existência do racismo no Brasil, valorizar a individualidade dos/as negros/as e as raízes da cultura Africana, começando pelas escolas e, a posteriormente, avançando por outros espaços públicos. Promover eventos com a participação massiva dos/as negros/as e todos os profissionais da rede intersetorial, valorizando a cultura e a história negra antes, durante e após a escravidão, com o intuíto de resgatar a identidade “perdida”, conscientizando-os sobre a origem da exclusão em que vivenciam. Através desses encontros e eventos de valorização da cultura, serão conscientizados e politizados a fim de obter um espaço próprio denominado casa da cultura, no qual todos terão acesso para conhecer e participar das atividades, valorizando e inserindo os negros na pauta das lutas dos movimentos sociais.
Portanto, começaria o trabalho nas escolas com as crianças e avançaria para todos os setores do município, principalmente pelas secretarias de cultura e Assistência Social. Estas secretarias, juntamente com a secretaria de educação, incentivariam a participação dos/as negros/as e de toda a sociedade para conhecer e valorizar o “diferente”.
Criação de um espaço, dentro das escolas, para reflexão e estudos sobre a situação da população negra no Brasil, objetivando alcançar a participação dos pais dos alunos matriculados.



CRONOGRAMA

JANEIRO
Apresentação do plano de ação nas escolas
FEVEREIRO
Apresentação do plano de ação na rede intersetorial
MARÇO
Mobilização das crianças através da história contado antes da escravidão, dentro das escolas.
ABRIL
Atividades culturais nos espaços públicos
ABRIL
Mobilização da sociedade em geral para questão do negro com eventos fora da escola.
MAIO
Criação da casa da cultura para eventos e estudos.



POPULAÇÃO BENEFICIADA:
A População negra e, de forma específica, as crianças nas escolas do município de Bom Jesus do Norte.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

NEGRO REI

A luta contra qualquer tipo de racismo ou preconceito ainda é muito desafiadora, grande parte da história relacionada ao racismo é desconhecida. A crença da existência de raças superiores e inferiores ainda é utilizada para justificar a escravidão, o domínio de determinados povos por outros, e os genocídios que ocorreram durante toda a história da humanidade. Quantas vezes ouvimos nas rua, nas escolas, ou até mesmo em nossos grupos de convívio diário pessoas se referindo aos negros como "macacos", "marginais", etc, sem mesmo conhecer sua essência, seu caráter, sua história de vida, ou seja, essas pessoas ainda são julgadas pelo esteriótipo criado à séculos atrás. Felizmente hoje somos amparados por leis que punem as pessoas por qualquer ato de preconceito, mas ainda há a falta de informação de tais direitos.
 Há pessoas com o preconceito tão enraizado, que as vezes me vejo no início de todo o processo pelo qual o racismo passou. Fazendo essa retrospectiva do percurso do racismo até hoje, percebe-se que as marcas são gritantes, quantas vezes nos deparamos com crianças de 3, 4 ,7  anos de idade excluindo o coleguinha por ele ser negro, por ter o cabelo crespo, etc, por ser diferente dos considerados brancos, esse preconceito tão precoce vem de onde? da sociedade? dos pais? da família? da escola? Muitos deles ao se referirem aos outros de maneira estigmatizante nem sabem o significado de tal preconceito. Porque ainda existem grande quantitativo de pessoas que são discriminadas por sua cor? Até quando essas pessoas "iguais" viverão com   vulnerabilidade social, sem perspectivas de um futuro melhor.
Luciane Anselmé Moreira



O vídeo abaixo, através da música Negro rei, do grupo Cidade Negra trás um pouquinho da história e das consequências do Racismo. Vale a pena ver e ouvir essa linda canção. 




quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

QUESTÃO DE GÊNERO E RAÇA NOS ATENDIMENTOS DO CONSELHO TUTELAR DE BOM JESUS DO NORTE/ ES

Gráfico dos atendimentos do mês de março a agosto de 2011


Quantidade de adolescentes no município de Bom Jesus do Norte

Compare o gráfico e veja que a diferença entre adolescentes homens e mulheres é mínima, porém os atendimentos dentro do conselho são maiores com adolescentes homens.








MULHERES
Entre 10 e 14 anos de idade
380
MULHERES
Entre 15 e 19 anos de idade
368
TOTAL

748






HOMENS
Entre 10 e 14 anos de idade
383
HOMENS
Entre 15 e 19 anos de idade
355
TOTAL:

738






Das 748 adolescentes mulheres são atendidas 52
Dos 738 adolescentes homens são atendidos 98



Atendimentos no Conselho Tutelar por cor/raça


Análise:

Dos 1.486 adolescentes no município de Bom Jesus do Norte o Conselho Tutelar atendeu aproximadamente 10 %, desses contatamos que a maioria se consideram negros ou pardos. Constatamos que a maioria são adolescentes pobres, com família desestruturada e com baixa escolaridade.
Apesar de no município haver uma pequena diferença entre adolescentes homens e mulheres a demanda maior de atendimentos adolescentes homens e a cor negra prevalece nos atendimentos, conforme gráficos ilustrativos.



Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010; Conselho Tutelar de Bom Jesus do Norte 2011.

PERSONALIDADES NEGRAS NACIONAIS E MUNDIAIS

"Neste espaço, você encontrará informações sobre algumas das personalidades negras que marcaram a história do Brasil e do mundo."

CLIQUE NO LINK ABAIXO PARA ACESSAR O CONTEÚDO:

http://www.palmares.gov.br/?p=8470

3ª CONFERÊNCIA ESTADUAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES

FOI REALIZADO NOS DIAS 03 À 05 DE NOVEMBRO DE 2011 A 3ª CONFERÊNCIA ESTADUAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES EM ARACRUZ/ ES. O MUNICÍPIO DE BOM JESUS DO NORTE FOI REPRESENTADO PELA INTEGRANTE DO NOSSO GRUPO DE TRABALHO GPP-GeR, SRª MARIA APARECIDA GOULART DE SOUZA, QUE NA OCASIÃO FOI ELEITA  DELEGADA PARA REPRESENTAR O ESTADO NA CONFERÊNCIA NACIONAL QUE SERÁ REALIZADA EM BRASÍLIA/ DF.


SEGUE ABAIXO UM VÍDEO COM PASSAGENS MARCANTES DO ENCONTRO:


quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

FOI VÍTIMA DE RACISMO? DENUNCIE...

Polícia abre inquérito por racismo contra diretora de colégio particular

Em matéria exibida na noite de hoje , no Jornal Nacional, jovem afirma ter sido vítima de racismo e denunciou o fato à polícia. 

Para ver detalhes sobre a reportagem acesse http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1723233-7823-POLICIA+ABRE+INQUERITO+POR+RACISMO+CONTRA+A+DIRETORA+DE+COLEGIO+PARTICULAR+DA+CAPITAL,00.html


segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

RESGATE DA IDENTIDADE CULTURAL E POLITIZAÇÃO DOS FUTUROS ATORES SOCIAIS

É de grande importância o resgate da identidade de um grupo racial/ étnico, para que seus integrantes possam promover o auto-reconhecimento e valorizar sua cultura, rompendo com a alienação imposta por outros grupos. A identidade sempre está em processo de formação, mas deve-se reconhecer a importância da trajetória histórica ao se resgatar as raízes culturais, compreendendo sua posição diante da estrutura social do contexto vigente.

Conscientizando-se sobre a situação social, econômica e política real em que se encontra o indivíduo e/ ou grupo racial/ étnico, o próximo passo será o de organizar um coletivo e, paulatinamente, politizar, incluir/ somar forças frente às trincheiras de lutas dos movimentos sociais de classe e raça/ etnia.

Conhecer o passado é compreender o presente e desvelar o futuro. É fato que atualmente a grande maioria que vive às margens da pobreza são afro-brasileiros, associando a questão de raça/ etnia com a questão da exclusão social. O Estado foi omisso e indiferente quanto à questão do negro. Hoje, entretanto, evidenciamos políticas afirmativas que buscam minimizar as desigualdades acumuladas no decorrer da história, afirmando-se enquanto processo compensatório no quesito inclusão social. Devemos pensar em mudar toda a estrutura organizacional da educação, saúde, distribuição de renda. Devemos pensar a micro e macro estrutura. Não haverá mudanças se não houver uma grande mobilização e articulação dos que vivem à margem da sociedade e, as políticas afirmativas, tão somente, não serão suficientes para dar cabo à equidade diante da enorme complexidade das questões sociais e raciais.

Portanto, identidade tem haver com o ser sujeito, ser autor, ser motivado, ser capaz e ser real. Sem identidade o indivíduo não existe, não tem importância alguma perante a realidade. É necessário que se tenha um espaço físico próprio para dar vazão às vontades, às euforias e as necessidades. É realmente fundamental que o ser possa expressar seus sentimentos e vontades e ter voz ativa, empoderar-se, torna-se construtor da própria história.
Resistir é preciso! Os quilombolas o sabem muito bem. Os espaços de mobilização e luta seriam os denominados “neo-quilombos”, espaços de todas as raças e etnias que conseguiram alcançar a consciência sobre a importância do processo de politização em busca da equidade de direitos.

 Então, a cultura tem o papel de estabelecer um diálogo entre os indivíduos envolvidos. A globalização vem destruindo esta ligação entre os indivíduos, valorizando a cultura individualista e o desconhecimento do pertencimento de um grupo social, aculturamento. É de suma importância o resgate cultural antes do processo de mobilização, articulação, politização e luta.

A ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL ESTÁ INTIMAMENTE LIGADA À EXTRATIFICAÇÃO RACIAL

Analisando o texto do link acima, “classe, raça e mobilidade social no Brasil” de Carlos Antônio Costa Ribeiro, percebemos que o autor enfatiza que não há desigualdade racial entre as pessoas nas camadas mais baixas, mas discriminação de classe, ou seja, não importa o quesito cor no trato da mobilidade ascendente, mas sua posição social, os brancos e não-brancos possuem as mesmas oportunidades quando se encontram na camada social desprivilegiada. Ele aponta que conforme se situa nas camadas mais altas da classe social a questão racial se intensifica, pois dados apontam que o negro e o pardo têm mais dificuldade de se manter na mesma classe e mais facilidade de se entrar numa mobilidade descendente do que os brancos. Portanto, a estratificação social privilegia os brancos nas camadas mais elevadas, onde há possibilidade de se alcançar postos de trabalhos considerados mais importantes e é nele que a estratificação racial se torna mais evidente.

Hasenbalg, segundo os textos da Unidade III/ Módulo III, acredita que o quesito discriminação racial ainda é muito importante no trato da mobilidade social, independente da estratificação em que se encontrem os negros e pardos. Ele não valoriza como o autor supracitado, a questão de classe na ascendência social, ignorando o desenvolvimento social e a divisão da sociedade em classes em detrimento das castas e estamentos.


Independente da teoria abordada é evidente que a estratificação social está intimamente ligada à questão de raça/ etnia, herança histórica da exclusão dos negros desde a escravidão até o período republicano, no qual não possuíam oportunidades de ascensão social. No entanto, também é importante salientar que, atualmente, o País encontra-se em um processo neoliberal de concentração de renda das elites dominantes, paralelo aos programas de distribuição de renda do Governo Federal rumo ao desenvolvimento econômico.

Neste contexto, acredito que a mobilidade ascendente dos/as negros/as torna-se mais viável para as camadas abastadas e, aquém, fica mais evidente a impossibilidade de se alcançarem um patamar elevado, onde se encontram as elites dominantes, homens brancos.

DICAS DE CINEMA E LEITURAS


 Este documentário mostra o tráfico de Escravo da África para o Brasil em que mais de 4 milhões de negros foram embarcados na Costa Africana com destino a Bahia, Maranhão, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande de Sul. O documentário não apenas nos apresenta o tráfico negreiro como nos faz refletir mais criticamente sobre este, já que, como mostrado no documentário os escravistas estavam interessados exclusivamente na força de trabalho do africano, esquecendo que os mesmos tinham ideias, sentimentos, tradições, crenças religiosas, etc. 
Desta forma vemos o quanto o Africano sofreu não apenas fisicamente - questão apresentada em livros didáticos, mas sofreu e muito psicologicamente. Além do mais, nos trás imagens da vida cotidiana e da cultura africana desconhecidos por nós, além de apresentar elementos que nos aproximam da África, como as dimensões: religiosa, musical, gestual, gosto pelas cores, alegria, ritmos, danças e até a forma como falamos a Língua Portuguesa. Estes elementos comprovam o quanto a África e o Brasil estão ligados. Desta forma, se deixarmos a África de lado nunca conseguiremos entender o Brasil a fundo. 
Por isso, Barbieri e sua equipe fizeram a conexão entre esses dois mundos, separados pelo oceano atlântico, mas ainda unidos pelos orixás. 

O documentário encontra-se dividido em 10 partes no youtube (http://www.youtube.com/watch?v=4MCmkQEhPV0)










Lançado em 2006, no auge das discussões sobre cotas raciais nas universidades públicas brasileiras, o livro "Não Somos Racistas" (Nova Fronteira) foi uma das publicações mais discutidas daquele ano. Escrito pelo jornalista e sociólogo Ali Kamel, o volume causou bastante polêmica ao sustentar a ideia de que não somos racistas no Brasil e de que poderíamos nos tornar ao criar as cotas.

















Acaba de ser publicado pela editora da Universidade Federal do Mato Grosso - UFMT o livro "Olhares sobre a Escravidão Contemporânea: novas contribuições críticas", organizado pelo Grupo de Pesquisas em Trabalho Escravo Contemporâneo - GPTEC da Universidade Federal do Rio de Janeiro. O livro trás concepções diferentes de escravidão, através de uma retrospectiva desde a chamada Nova República.






















Estatuto de Igualdade Racial é um documento recente ( Lei nº 12288, de 20 de julho de 2010) que introduz no meio jurídico brasileiro as possibilidades para a promoção da igualdade racial no mundo do trabalho, no mundo do empreendimento, no mundo das comunicações e da utilização dos meios de comunicação, para a juventude, para a população negra como um todo. Ele cria as condições para a promoção da igualdade.








A Organização das Nações Unidas no Brasil desenvolveu um guia de orientação para denúncias de discriminação étnico-racial com o objetivo de orientar as pessoas na busca de seus direitos em casos de discriminação étnica e racial sofridas no país.
O guia,organizado em cinco capítulos, apresenta o conjunto de instrumentos e mecanismos nacionais e internacionais que garantem a igualdade étnico-racial, bem como informações sobre o marco legal brasileiro e internacional, no âmbito desta temática, e, ainda, endereços de órgãos de atendimento à população nos estados e nas capitais, além de orientações sobre como apresentar denúncias de discriminação e racismo no sistema interamericano.