segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

RESGATE DA IDENTIDADE CULTURAL E POLITIZAÇÃO DOS FUTUROS ATORES SOCIAIS

É de grande importância o resgate da identidade de um grupo racial/ étnico, para que seus integrantes possam promover o auto-reconhecimento e valorizar sua cultura, rompendo com a alienação imposta por outros grupos. A identidade sempre está em processo de formação, mas deve-se reconhecer a importância da trajetória histórica ao se resgatar as raízes culturais, compreendendo sua posição diante da estrutura social do contexto vigente.

Conscientizando-se sobre a situação social, econômica e política real em que se encontra o indivíduo e/ ou grupo racial/ étnico, o próximo passo será o de organizar um coletivo e, paulatinamente, politizar, incluir/ somar forças frente às trincheiras de lutas dos movimentos sociais de classe e raça/ etnia.

Conhecer o passado é compreender o presente e desvelar o futuro. É fato que atualmente a grande maioria que vive às margens da pobreza são afro-brasileiros, associando a questão de raça/ etnia com a questão da exclusão social. O Estado foi omisso e indiferente quanto à questão do negro. Hoje, entretanto, evidenciamos políticas afirmativas que buscam minimizar as desigualdades acumuladas no decorrer da história, afirmando-se enquanto processo compensatório no quesito inclusão social. Devemos pensar em mudar toda a estrutura organizacional da educação, saúde, distribuição de renda. Devemos pensar a micro e macro estrutura. Não haverá mudanças se não houver uma grande mobilização e articulação dos que vivem à margem da sociedade e, as políticas afirmativas, tão somente, não serão suficientes para dar cabo à equidade diante da enorme complexidade das questões sociais e raciais.

Portanto, identidade tem haver com o ser sujeito, ser autor, ser motivado, ser capaz e ser real. Sem identidade o indivíduo não existe, não tem importância alguma perante a realidade. É necessário que se tenha um espaço físico próprio para dar vazão às vontades, às euforias e as necessidades. É realmente fundamental que o ser possa expressar seus sentimentos e vontades e ter voz ativa, empoderar-se, torna-se construtor da própria história.
Resistir é preciso! Os quilombolas o sabem muito bem. Os espaços de mobilização e luta seriam os denominados “neo-quilombos”, espaços de todas as raças e etnias que conseguiram alcançar a consciência sobre a importância do processo de politização em busca da equidade de direitos.

 Então, a cultura tem o papel de estabelecer um diálogo entre os indivíduos envolvidos. A globalização vem destruindo esta ligação entre os indivíduos, valorizando a cultura individualista e o desconhecimento do pertencimento de um grupo social, aculturamento. É de suma importância o resgate cultural antes do processo de mobilização, articulação, politização e luta.

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