domingo, 25 de março de 2012

Contraponto entre as Políticas de Ações Afirmativas e as Políticas Universalistas

Grupos de tendência marxista acreditam que as políticas de ações afirmativas possuem seu valor dentro de um limitado campo de superação da desigualdade ao afirmar que houve no decorrer do processo histórico uma disparidade de oportunidades entre as raças/ etnias e gênero. Vale salientar que estas políticas focalistas se desenvolveram amplamente no âmbito da realidade neoliberal, no qual o Estado ao privatizar os setores sociais, beneficia uma parcela que não teria poder de consumo, alienando e confundindo os indivíduos. Elitizar de forma equilibrada os aspectos de raça/ etnia e gênero não é a solução, pois continuariam existindo indivíduos nas demais classes sem condição de galgar a ascensão social. As políticas universalistas surgiram para incluir o cidadão, sem distinção, à saúde, educação e outros serviços públicos de qualidade. As políticas de cotas estão em prática faz algum tempo, mas observa-se que a diferença de inserção entre os negros/ pardos e brancos cresceu no tocante do nível superior.
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No entanto, grupos de direita explanam que as ações afirmativas trazem um percentual muito positivo no trato da redução da desigualdade de raça/ etnia e gênero. Avaliam que em algum momento as políticas universais são mais vantajosas, mas que de modo geral as políticas afirmativas, efetivamente, conseguem proporcionar a promoção da igualdade.
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Conclui-se que após analisar estas duas tendências, seria interessante que se desenvolvessem paralelamente, pois se completam. As políticas universais visam à igualdade de classe, não deixando de beneficiar todos os negros e mulheres vulnerabilizados. No entanto, seu processo de construção torna-se demorado, principalmente em um sistema capitalista neoliberal que prega o atrofiamento do Estado. As ações afirmativas no atual contexto acabam por beneficiar os negros nas políticas de cotas, esquecendo-se dos brancos em situação de pobreza. A questão racial e de gênero passa pela questão econômica e vice-versa. Portanto, deveriam caminhar em harmonia, atendendo as desigualdades acumuladas historicamente de forma emergencial e uma construção econômica, política e social totalmente igualitária, envolvendo todos os segmentos à longo prazo. Devemos tratar os desiguais de forma desigual visando a igualdade em todos os setores e aspectos da vida.

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