quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Ganhos educacionais das mulheres não se traduzem em melhorias efetivas NO MERCADO DE TRABALHO

Nota-se o quão emblemático é a discussão em torno da desigualdade de gênero no Brasil, em virtude dos fortes traços históricos que a engendram. Nesse sentido, o século XX começa a apresentar algumas mudanças favoráveis ao sexo feminino, principalmente no campo educacional. Todavia, esse avanço educacional não se caracterizou de forma igualitária brancos/negros, homens/mulheres, visto que, aos negros cabe as menores taxas de ano de estudos, fato este que limita-os a alçar patamares elevados no mercado de trabalho, restando-lhes a pobreza e a indigência.
Contudo, mesmo no caso das mulheres brancas que apresentam uma taxa de anos de estudos superior a dos homens brancos, a disparidade salarial entre ambos é favorável ao sexo masculino, pelo fato do homem não ser acometido com os afazeres do lar, enquanto que, a mulher precisa de certo tempo na manutenção do lar e da prole. Esse fato também está conectado a escassez de creches e pré-escolas, como também uma flexibilização na carga horária dos serviços, têm-se um quadro de desemprego e informalidade, por parte do gênero feminino, mesmo que os remédios contraceptivos tenham propiciado um avanço e ganho para as mesmas, no sentido de poder controlar o número e hora de ter os filhos.
Diante de todo o contexto de “submissão” que perpassa o gênero feminino, fruto da naturalização do social, no qual determina às mulheres o espaço privado, enquanto que o público fica restrito aos homens, só ultimamente, em virtude da lei de cotas para os partidos políticos é que tal situação começa-se a mudar, o que não significa que as mesmas estejam em conformidade com os homens que ainda são a grande maioria na vida pública e no assento de cadeiras de secretarias, nos três poderes governamentais.
Na elevação dos anos de estudo das mulheres, quando comparado com os homens, vemos que esta disparidade não concretiza melhores salários para as mulheres e há pouca atuação delas no espaço público. Estes dados aliados a uma “sociedade machista” que tira do homem o dever com os afazeres do lar, o que faz com que a mulher tenha uma sobrecarga de trabalho. Por outro lado, a questão da violência tanto sexual quanto doméstica, ainda são práticas que assolam nossa sociedade, mesmo com os avanços em políticas públicas nessa área, tais como: Lei Maria da Penha; Delegacias das Mulheres e espaços destinados para o alojamento e preservação da vida de mulheres vitimadas pelos companheiros. Os ganhos são poucos diante do contexto que marca a relação de gênero, sendo necessários maiores investimentos em campanhas educativas e mais rigor contra os agressores, visto que tais práticas estão associadas ao racismo e ao sexismo, perpetuando desta forma a “limitação” do gênero feminino na sociedade.
Tabela 1: Relação de Escolas no Município e a quantidade de alunos como também o sexo:
Rede de Ensino Quantidades Alunos Masculino Feminino
Creche Municipal 3 127 65 62
Privada Filantrópica 1 107 54 53
Pré- Escola Municipal 1 212 100 112
Escola Urbana 4 576 167 107
Rural 2 22 10 12
Colégio Estadual 1 405 207 198
Total de Alunos: 1449 603 544
Fonte: Secretaria Municipal de Educação de Bom Jesus do Norte. 2011. Elaboração própria.
 

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