domingo, 4 de setembro de 2011

UMA VIDA SEM VIOLÊNCIA É DIREITO DAS MULHERES

A violência contra as mulheres é um tema de grande destaque em todo o país, sendo um dos fenômenos sociais mais absurdos e inaceitáveis, é uma estratégia consciente de muitos homens para obter poder e controle sobre a mulher. Quando acontece em ambiente familiar é uma fonte de medo, dano físico e psicológico à mulher e também às crianças, incluindo todos tipos de ameaças e privação de liberdade. A violência contra a mulher não escolhe classe social, ela é fruto da desigualdade entre homens e mulheres. Atualmente as mulheres denunciam e tentam dar visibilidade a essa situação. O Brasil tem participado de várias convenções e assinou diversos tratados em prol da redução da violência doméstica e de gênero. É fato que, em nosso contexto de tantas contradições sócio-econômicas, as mulheres são vítimas de violência tanto quanto os homens. Mas a situação das mulheres é ainda agravada pela violência sexista. Acostumamo-nos a considerar como violência somente os atos que provocam algum tipo de lesão física. No entanto, a violência também ocorre na forma de destruição de bens, ofensas, intimidação das filhas e dos filhos, humilhações, ameaças e uma série de atitudes de agressão e desprezo; situações que desrespeitam os direitos das mulheres sejam na rua, nas escolas, nos consultórios, nos ônibus, nas festas e, sobretudo, em casa.

Podemos elencar vários tipos de violência, como:

VIOLÊNCIA SEXUAL

              · Relações sexuais quando a mulher está com alguma doença, colocando sua saúde em perigo;
· Relações sexuais forçadas ou que não lhe agradam;
· Críticas ao desempenho sexual da mulher;
·Gestos e atitudes obscenas;
·Estupro e assédio sexual;
·Exibição do desempenho sexual do homem;
· Discriminação pela opção sexual.

VIOLÊNCIA FÍSICA E EMOCIONAL

· Sofrer agressões físicas, inclusive, deixando marcas, como hematomas, cortes, arranhões, manchas, fraturas;
· Sofrer humilhações e ameaças diante de filhos e filhas;
· Ser impedida de sair para o trabalho ou para outros lugares, e trancada em casa;
·Ficar sozinha com o cuidado e a educação das crianças;
· Sofrer ameaças como de espancamento e morte, incluindo suas crianças;
· Ocupar-se sozinha com os afazeres domésticos;
·Ficar sem assistência quando está doente ou grávida;
· Ter utensílios e móveis quebrados e roupas rasgadas;
·Ter documentos destruídos ou escondidos.

VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA

·Ignorar a existência da mulher e criticá-la, inclusive, através de ironias e piadas sexistas/machistas;
· Falar mal de seu corpo;
·Insinuações de que têm amantes;
· Ofensas morais contra a mulher e a sua família;
· Humilhação e desonra, inclusive, na frente de outras pessoas;
·Desrespeito pelo trabalho da mulher em casa;
·Críticas constantes pela sua atuação como mãe;
·Uso de linguagem ofensiva em relação à sua pessoa.

VIOLÊNCIA RELIGIOSA

·Considerar as mulheres com inferiores e justificar isso usando a Bíblia ou tradição religiosa;
·Culpar as mulheres pelo mal e pela morte ou a causa do pecado;
·Usar as cerimônias matrimoniais para afirmar a supremacia masculina e a submissão das mulheres;
·Fazer uso de linguagem discriminatória, em que as mulheres não estão incluídas;
·Estabelecer normas ético-morais que limitam a vida das mulheres, estabelecendo critérios de conduta diferenciados para homens e mulheres;
· Ser discriminada por estar divorciada, ou por ser mãe sem ser casada;
·Ser induzida a silenciar sobre a situação de violência e não receber acompanhamento pastoral adequada em situações de violência.

VIOLÊNCIA SOCIAL
·  Salários diferenciados para o mesmo cargo;
·Assédio sexual;
·Exigência de atestado de laqueadura ou exame de gravidez;
· Discriminação em função de posicionamento político ou religioso;
· Expor e usar o corpo da mulher como objeto nos meios de comunicação;
·Promover e explorar a prostituição de meninas e o turismo sexual.






Referências bibliográficas
Ministério da Saúde. Violência Intrafamiliar: orientações para a Prática em Serviço. Brasília DF: Ministério da Saúde; 2002.
Rede Feminista de Saúde. Dossiê Violência contra a Mulher. http://www.redesaude.gov.br (acessado em 26/Agosto/2011).
WHO (World Health Organization).World report on violence and health. Geneva: World Health Organization; 2002.



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